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ARTIGO -

  • pascom9
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Diácono Paulo Gabriel Batista de Melo

Capelania Nossa Senhora do Loreto do Ordinariado Militar do Brasil – Parnamirim (RN)

 

 


No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. É este de quem eu disse: Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim.

Jo 1, 29s

 

            Para amar nós precisamos conhecer, por isso o namoro é um passo em que os casais se conhecem e é muito importante esta fase, também a Dei Verbum nos diz que “o desconhecimento das escrituras é o desconhecimento do próprio Deus”. Isso no nosso país passa a ser um problema a ser corrigido. Enquanto o francês lê em média 20 livros por ano, o americano também com índices próximos a eles, nós brasileiros temos uma terrível média de dois livros por ano, então fazer o povo ler será o nosso maior desafio.

Muitos já se debruçaram sobre a biografia de Jesus Cristo, dentre eles, Bentencourt, Ratzinger, Lewis e Pagola  e porque isso? Porque a nossa religião é cristológica, cristocêntrica, e muitas são as fontes para buscarmos o conhecimento de Jesus (o homem) e por sua união hipostática o Cristo (Deus encarnado no seio da Virgem Maria), por vontade e obra de Deus.

O Papa Francisco, no seu Angelus do dia 23 de março de 2025[1], nos apresenta como temática do Evangelho do dia a ‘paciência’, de um Deus que não quer cortar a figueira, ainda que a mesma não esteja dando fruto. Encolerizados, os apóstolos queriam descer fogo sobre uma cidade e Jesus lhes disse: “Eu vim para salvar, e não para condenar”, logo Deus usa de todos os instrumentos para salvar seus filhos.

 

A parábola que encontramos no Evangelho de hoje fala-nos da paciência de Deus, que nos impele a fazer da nossa vida um tempo de conversão. Jesus usa a imagem de uma figueira estéril, que não deu os frutos esperados e que, no entanto, o agricultor não quer cortar: quer adubá-la de novo para ver «se dará frutos na próxima estação» (Lc 13, 9). Este agricultor paciente é o Senhor, que trabalha com cuidado o solo da nossa vida e espera com confiança o nosso regresso a Ele.

 

            É necessário conhecer Deus. São Gerônimo, afirma que se não conhecemos a Palavra de Deus não podemos dizer que conhecemos a Deus. A Constituição Dogmática Dei Verbum, também endossa essa mesma afirmação, ao dizer que “O sagrado Concílio professa que Deus, princípio e fim de todas as coisas, se pode conhecer com certeza, pela luz natural da razão a partir das criaturas» (cfr. Rom. 1,20)”.

            Os padres conciliares assim acharam por bem dividir a Constituição Dogmática[2]:

1.    CAPÍTULO I - A REVELAÇÃO EM SI MESMA

2.    CAPÍTULO II - A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA

3.    CAPÍTULO III - A INSPIRAÇÃO DIVINA DA SAGRADA ESCRITURA E A SUA INTERPRETAÇÃO

4.    CAPÍTULO IV - O ANTIGO TESTAMENTO

5.    CAPÍTULO V - O NOVO TESTAMENTO

6.    CAPÍTULO VI - A SAGRADA ESCRITURA NA VIDA DA IGREJA

 

            Afirma também, no parágrafo 4, que vivemos os últimos tempos, esperando a Sua vinda gloriosa, “Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias, que são os últimos, através de Seu Filho” Cf. Heb. 1, 1-2.

            Segundo o Santo Concílio, “Com efeito, enviou o Seu Filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus” Cf. Jo. 1, 1-18, vimos assim que está a nossa fé, e a fé que recebemos de nossos pais e da igreja, centrada em Cristo.

            Nos lembra ainda os padres conciliares que “[…] a sagrada Tradição, a sagrada Escritura e o magistério da Igreja, [...] sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas”, que é a missão da Igreja.

            Ainda citando Timóteo, bispo, no tempo dos Padres apostólicos, o Concílio afirma que “os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas sagradas Letras”, elas não contém erro, é a verdade suprema porque foram inspirados por Deus.

 

Toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para corrigir, para instruir na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as obras boas. Cf Tm. 3, 7-17.

           

            Somos convidados a entender que “Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está sujeito ao juízo último da Igreja”, é a Igreja que a autorização de interpretar as Sagradas Escrituras, a ela foi confiado por Jesus, conforme descreveu o Santo Concílio que ela “tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus”.

 

Referências

BENTENCOURT, Estevão. Cristologia. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 2009.

RATZINGER, Joseph. PP Bento XVI. Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém até a ressurreição. São Paulo: Planeta, 2011.

LEWIS, C. S. Cristianismo puro e simples. Rio de Janeiro: Editora Thomas Nelson Brasil, 2017.

PAGOLA, José Antonio. Jesus uma aproximação histórica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

João Batista. Disponível em https://www.ebiografia.com/joao_batista/acesso em 12/03/2025.

Angelus do dia 23 de março.https://www.vatican.va/content/francesco/pt/angelus/2025/documents/20250323-angelus.html disponível em 24 de março de 2025.

 

 

 


[1] Angelus do dia 23 de março.https://www.vatican.va/content/francesco/pt/angelus/2025/documents/20250323-angelus.html disponível em 24 de março de 2025.

 

 

 
 
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