ARTIGO - 30 anos formando pés que se põem a caminho
- pascom9
- 6 de mai.
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Diác. Eduardo Braulio Wanderley
Paróquia de São Camilo de Léllis - Lagoa Nova - Natal
Neste dia 7 de maio de 2025, a Escola Diaconal Santo Estêvão completa 30 anos de existência em nossa Arquidiocese. São 30 anos formando ministros ordenados que são verdadeiras pontes entre o altar e as periferias. Você conhece o serviço do diácono formado em nossa Escola Diaconal?
A categoria do serviço é um dos pés que formam o tripé clássico das manifestações da Igreja: Martiria (testemunho), Liturgia e Diaconia (serviço) devem ser as marcas da Igreja no mundo e o diácono é o guardião do serviço. Sua presença na Igreja é ícone da diaconia de todos nós.
Sobre o serviço do diácono, o Papa Francisco, na homilia preparada para o Jubileu dos diáconos em Roma, põe em relevo três aspectos do ministério-serviço diaconal: o perdão, o serviço desinteressado e a comunhão.
"A proclamação do perdão é uma tarefa essencial do diácono. [...] E o diácono, investido pessoalmente de um ministério que o leva às periferias do mundo, compromete-se a ver – e a ensinar os outros a ver – em cada um, mesmo naqueles que erram e causam sofrimento, uma irmã e um irmão feridos na alma e, por isso mesmo, mais necessitados do que qualquer outro de reconciliação, de orientação e de ajuda".
"E chegamos ao segundo ponto: o serviço desinteressado. O Senhor, no Evangelho, descreve-o com uma frase tão simples e clara: «Fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca» (Lc 6, 35). São poucas palavras, mas trazem em si o bom perfume da amizade. Antes de mais, aquela que Deus nutre por nós, mas também a nossa. Para o diácono, esta atitude não é um aspecto acessório das suas ações, mas uma dimensão substancial do seu ser. Realmente, ele é consagrado para ser, no ministério, 'escultor' e 'pintor' do rosto misericordioso do Pai, testemunha do mistério de Deus-Trindade.[...] Portanto, irmãos Diáconos, o trabalho gratuito que realizais, como expressão da vossa consagração à caridade de Cristo, é para vós o primeiro anúncio da Palavra, fonte de confiança e de alegria para aqueles que vos encontram. Acompanhai-o tanto quanto possível com um sorriso, sem reclamar e sem buscar reconhecimento [...]".
"E chegamos ao último ponto: a gratuidade como fonte de comunhão. Dar sem esperar nada em troca une e cria laços, porque exprime e alimenta um estar juntos que não tem outro fim senão o dom de si e o bem das pessoas. São Lourenço, vosso patrono, quando os seus acusadores lhe pediram para entregar os tesouros da Igreja, mostrou-lhes os pobres e disse: «Aqui estão os nossos tesouros!». É assim que se constrói a comunhão: dizendo ao irmão e à irmã, com palavras, mas sobretudo com ações concretas, tanto pessoalmente quanto em comunidade: 'tu és importante para nós', 'queremos-te bem', 'queremos que participes do nosso caminho e da nossa vida'. É isso que fazeis: maridos, pais e avós prontos, no serviço, a alargar as vossas famílias aos necessitados, onde quer que vivais."
Esse é o diácono que a nossa Escola quer oferecer ao mundo: uma verdadeira manifestação viva do Cristo-servo. Para qualquer um de nós, diáconos, um dia nosso coração ardeu de amor a Jesus Cristo. Fomos chamados ao ministério ordenado para se configurar a esse Cristo-servo. E é por isso que um coração aquecido pelo amor ao Senhor e do Senhor não fica indiferente e paralisado, mas se põe a caminho.
Nesse dia, o melhor presente para essa escola e para todos que por ela passaram são as orações dos irmãos. Por favor, rezem por nós, para que nosso serviço seja banhado de perdão desinteressado dos aplausos e promova a comunhão para todos, todos, todos.