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Uma nova diocese para o RN


Por Pe. José Freitas Campos

Pároco da Paróquia de São Sebastião - Alecrim - Natal


O caminho reflexivo desta temática requer prioritariamente, uma indagação: o que é uma diocese? O Concílio Vaticano II (1962-1965) já a definiu como “porção do povo de Deus confiada a um bispo para que a pastorei junto com seu presbitério”. Posteriormente, o CDC (Código de Direito Canônico) e o CIC (Catecismo da Igreja Católica) ampliaram largamente, este conceito, com enfoques de natureza jurídica e teológica. O Documento de Aparecida no capítulo 5º vai nos lembrar que a diocese enquanto Igreja particular é um lugar privilegiado de comunhão e missão dos discípulos missionários. Sublinha o DA que a diocese “é totalmente Igreja, mas não é toda a Igreja” ela concretiza a Igreja de Cristo em determinado lugar e tempo. Mas precisa estar em comunhão com as outras Igrejas Particulares, dentro da unidade que é expressa pelo Bispo de Roma, que pastoreia toda a Igreja em todo o universo.


            A Província eclesiástica do RN existindo desde 1952 é constituída de uma Arquidiocese - Natal e duas dioceses sufragâneas: Mossoró e Caicó. As três Igrejas locais fazem parte do Regional Nordeste II que é formado por quatro Arquidioceses: Olinda e Recife (1910), Paraíba(1914), Maceió(1920) e Natal(1952). A elas estão ligadas

17 dioceses perfazendo um total de 21 Igrejas locais. A ultima diocese criada no Regional foi a diocese de Salgueiro (PE) desmembrada das dioceses de Floresta e Petrolina ambas em Pernambuco. Sua criação ocorreu em 16/06/2010 pelo Papa Bento XVI e teve como seu primeiro Bispo Diocesano Dom Magnus Henrique Lopes, um norteriograndense da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.


            O tema de criação e instalação de uma nova diocese no Estado é recorrente. Em 1964, após a transferência de Dom Eugênio Sales, nosso Administrador Apostólico para São Salvador da Bahia o assunto voltou às mídias daquele tempo. O historiador Honório Ribeiro Dantas chegou a publicar no jornal A ORDEM a justificativa da necessidade de ser criada uma nova diocese para o RN e apontava como possíveis sedes diocesanas as cidades de Santa Cruz, Nova Cruz e Macau. Em 1967 com a posse do segundo Arcebispo de Natal Dom Nivaldo Monte o assunto foi deixado de lado e ele optou pela vinda de um 2º bispo auxiliar na pessoa de Dom Antônio Soares Costa que permaneceu conosco durante 22 anos auxiliando também o pastoreio do terceiro Arcebispo Dom Alair Vilar até ser transferido para a Diocese de Caruaru (PE) onde está sepultado.


            Em novembro de 2006 no tríduo dos anos de preparação do primeiro centenário da criação da diocese de Natal, em 2009, o Mons. Francisco de Assis Pereira com sua equipe de trabalho apresentou à 46ª Assembleia Arquidiocesana um projeto sobre a criação de uma nova diocese para o nosso Estado. Entre as várias justificativas por ele apresentadas acentuava a extensão territorial da mesma e a forte tendência dos grandes aglomerados urbanos de concentrar o seu território na zona metropolitana reduzindo a sua área rural. Outras justificativas vieram depois. Em tempos de Igreja orante, como peregrinos da esperança, rezemos para que o tema seja aprofundado.

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