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ARTIGO - Santa Teresinha, modelo de missionariedade

Por Pe. José Marcos Silva de Lima

Diretor espiritual do Seminário de São Pedro

 

O mês de outubro é dedicado às missões. Durante esse período a igreja católica realça o valor da missão como tarefa de toda pessoa batizada. É no sacramento do batismo que se inicia a vida de seguimento a Jesus Cristo. No decorrer da história eclesiástica existiram muitos modelos de missionariedade, entre ministros ordenados, consagrados e leigos. Foram homens, mulheres, crianças e jovens que ouvindo o chamado de Cristo, se entregaram na evangelização.

 

Santa Teresinha é apresentada pela igreja como padroeira das missões ao lado São Francisco Xavier. Quando pensamos em missão logo nos vem a ideia de uma pessoa ou de um grupo que sai pelas ruas e casas anunciando a boa nova de Jesus Cristo. No entanto, Santa Teresinha era uma monja que no mosteiro vivia em profunda contemplação sem ter atividades externas. Ela se devotava ao silêncio e à oração. A igreja na sua sabedoria nos ensina que a missão é muito mais do que um fazer coisas para Cristo. A missão primeira de um cristão é ser sinal de sua presença na sociedade.

 

O missionário não é aquela pessoa que anda por muitos lugares pregando a boa nova, mas sim, a que sabe testemunhar Jesus Cristo em cada ambiente no qual ela vive. Santa Teresinha se torna modelo de missionária exatamente pelo fato de mesmo tendo vivido encerrada no claustro de seu carmelo, orar pela humanidade e de modo especial pela igreja. Ela passa para nós um ensinamento muito profundo, o de que a oração é o mais fecundo de todos os apostolados.

 

Um grande perigo no qual a igreja pode cair, é o do ativismo pastoral. Vez por outra é comum escutar pessoas que dizem se sentirem cansadas de tanto fazer coisas na igreja. Muitas delas até se afastam da comunidade cristã por não estarem felizes. Será que a missão existe para nos fazer cansar ou desanimar?. O problema é que a nossa visão sobre a missão é um tanto deturpada. O próprio Jesus em muitos momentos parava um pouco as atividades para subir ao monte e lá orar. E será que quando ele estava no monte em comunhão com o Pai não estava em missão?.

 

Santa Teresinha nos ensina, portanto, que ser missionário, muito mais do que um sair para falar de Cristo, é acima de tudo um entrar na morada do coração, para aí se encontrar com Ele, e fazer dele a alegria do viver. Que o mês das missões reacenda em nós o desejo ardente do encontro com Jesus, que dá fundamento a pregação e a todas as iniciativas missionárias.

 


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