Por Pe. José Freitas Campos Pároco da Paróquia de São Sebastião
Alecrim - Natal
Em 1958, o Papa Pio XII lançou o Motu Próprio Fidei Donum (dom da fé) convocando as Igrejas da Europa a enviar sacerdotes para o trabalho de evangelização nos países do Terceiro Mundo. O apelo foi retomado por ocasião do Concílio Vaticano II quando os bispos do mundo inteiro se encontraram. Mais recentemente, o Papa Francisco fez um contundente e inconfundível convite para que pudéssemos levar a alegria do Evangelho às periferias geográficas e existenciais. Este clamor do Papa sempre ecoou muito forte em nossa Arquidiocese de Natal no passado e no presente.
Na década de 60, o Pe. João Augusto da Costa Perestrello de Vasconcelos, culto e inteligente, formado na Alemanha, era um sacerdote português que veio para Natal exilado por causa de problemas políticos. Ele foi coadjutor da Paróquia de Santa Terezinha e motivado pelas ideias sociais do Papa João XXIII, desenvolveu um trabalho de promoção social em Mãe Luíza. Criou a frente de trabalho que contou com a ajuda dos católicos da Alemanha e de Natal, assim como da Prefeitura da cidade. Fundou o Centro Social em torno do qual a comunidade aprendeu a refletir os seus problemas e a buscar as soluções além de criar nos moradores uma consciência comunitária. Tempos depois o Italiano Pe. Sabino Gentille com sua experiência de salesianidade ampliou muito mais este projeto que hoje é conduzido pelo Pe. Robério.
Em 1962 o então Administrador Apostólico de Natal Dom Eugênio Sales vendo surgir novas periferias convidou os Missionários Redentoristas para implantar uma Paróquia Missionária que teria por sede Morro Branco e como adjacências Nova Descoberta e Potilandia. No inicio esta missão foi assumida pelos padres holandeses entre os quais destacamos a figura do Pe. Pio Hengens.
No contexto de novas periferias aparece a Cidade da Esperança. O 1º grande conjunto habitacional construído com recursos do programa norte americano Aliança para o Progresso. Esta etapa do mesmo foi inaugurada em 31 de janeiro de 1966, compreendia 570 casas. Nas ruas, não havia calçamento e paralelepípedo, predominando um areal imenso. Foi lá que o jesuíta espanhol Pe. Agostinho Calataiud plantou sua tenda e por décadas evangelizou este povo.
Contudo, a história das periferias da cidade do Natal não para por aqui. Antes da década de 70 do século XX, a zona norte era predominantemente rural, contando apenas com dois núcleos urbanos: Igapó e Redinha. O restante do espaço era formado por granjas, fazendas de gado e pequenos sítios. A partir desta década (70), o processo de urbanização invadiu esta área da cidade e se tornou predominante. As correntes migratórias provenientes do interior potiguar, atraídas pelas indústrias que se instalavam em Natal, começaram a pressionar o poder público no sentido de lhes proporcionar moradia, trabalho e outros serviços básicos. É aí que aparece um homem que modelou a ZN. Foi o Pe. Tiago Thiesen. De origem belga, ele veio para o Brasil em 1968, engajado no programa “ Padres para a América Latina”. Pertencia a Diocese de Namur. Aproveitando seu ardor apostólico, D. Nivaldo criou, em 1969 a Paróquia do Perpetuo Socorro, que se estendia do bairro das Quintas até Extremoz e Pitangui. Durante mais de 30 anos Pe. Tiago desenvolveu um trabalho social e religioso fundou creches, jardins de infância, ambulatórios e Igrejas, estruturando e concientizando as comunidades. Um trabalho que permanece.
Σχόλια