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ARTIGO - Uma reflexão de São Paulo a Timóteo


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Diácono Paulo Gabriel Batista de Melo

Capelania Nossa Senhora do Loreto

Ordinariado Militar do Brasil – Parnamirim (RN)


Nessas belas palavras fundantes do Apóstolo das Missões, conhecido inicialmente como Saulo da cidade de Tarso, vimos refletir uma preocupação com os estudos, “aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino”, pois, Paulo sabe da importância do conhecimento e da busca da sabedoria de forma individual, no buscar diário de uma espiritualidade que traga crescimento, pois não adianta todo conhecimento do mundo sem temor a Deus.


Segundo o Dicionário de Oxford, exortação significa “ato ou efeito de exortar; encorajamento, estímulo, incitação” e ainda pode ser “conselho, advertência”. Não estamos prontos, mas sempre aperfeiçoados se nos permitirmos, como diz o Salmo 37 “completai em mim a obra começada”, pois “precisamos de bons operários na Vossa messe” e também “bons missionários na Vossa Igreja”. Se não buscarmos essa Sabedoria Divina presente em Maria Santíssima, estaremos em desacordo com a exortação de São Paulo a Timóteo. Devemos partilhar também o Pão do conhecimento e da Palavra, pois devemos alimentar os que tem fome e sede de Deus também, pois, as coisas da Terra não são mais importantes do que as coisas do céu.


Timóteo nascera de uma mãe hebreia e de um pai grego, foi um discípulo elogiado por São Paulo em várias cartas, acompanhou-o em muitas de suas viagens, em algumas foi a frente para preparar o povo em Corinto, Beréia, Tessalônica, Éfeso, e outras. O Apóstolo missionário chega mesmo a chama-lo de “seu filho na fé”. Na primeira Carta a Timóteo Paulo está livre, mas, na segunda está no cativeiro preso, Eles nos ensinam que “o melhor modo de contra-atacar as ideias erradas é ensinar a averdade”.


Hoje ainda é fácil pregar e ensinar a Palavra, mas como disse o Padre Rufus “Jesus e somente Jesus é o meu Senhor [...] tal dito já foi a causa do martírio de muitos cristãos nos primeiros séculos”, devemos preparar o povo para dias difíceis, eles certamente chegarão.


Aprendemos nos escritos Monfortinos que a “virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem, o Munus Docendi deve ser palco de nossas preocupações. Como está sendo formado o povo de Deus? O diácono é o servo da Palavra e do Cálice. Deve estar imbuído do clamor Paulino, ensinar o povo a Palavra do Livro Sagrado, pois, o “verdadeiro escravo de amor a Jesus por Maria é uma pessoa livre”, certamente Jesus sempre se sentiu livre, quando aprisionado no Ventre Santo de sua Mãe, pois, sabia que devia obedecer a seus pais, e em tudo lhes era obediente.



12.Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te mode­lo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade.

13.Enquanto eu não chegar, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino.

14.Não negligencies o carisma que está em ti e que te foi dado por profecia, quando a assembleia dos anciãos te impôs as mãos.

15.Põe nisto toda a dili­gência e empenho, de tal modo que se torne manifesto a todos o teu aproveitamento.

16.Olha por ti e pela instrução dos outros. E persevera nestas coisas. Se isto fizeres, tu te salvarás a ti mesmo e aos que te ouvirem. [grifo nosso]


São Paulo nos faz breves exortações do modo de viver, uma delas é “viver, na caridade, na fé, na castidade”, onde nos ensina que a vida a ser trilhada para chegar aos portões do céu, deve passar por estas virtudes. Também algo importante que aborda São Paulo é que a “assembleia dos anciãos te impôs as mãos”, recebemos por diversas vezes em nossa vida cristã a imposição das mãos pelos apóstolos de Cristo, através do Sacramentos.


O ensinar deve ser uma preocupação do que em seu nível de conhecimento o podem fazer, agradeçamos aos nossos catequistas que com amor levam a cabo essa tarefa, pois, também foi uma preocupação do Apóstolo Missionário, “Olha por ti e pela instrução dos outros. E persevera nestas coisas. Se isto fizeres, tu te salvarás a ti mesmo e aos que te ouvirem”, leiam também um artigo anterior “O ‘MUNUS DOCENDI DE TODOS NÓS”, pois se complementam entre si.

 

REFERÊNCIAS

MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. São Paulo: Paulus, 2010.

CARVALHO, César e Carvalho, Mara. Consagra-te: devocionário. Natal: Mater Dei, 2012.

ARMINJON, Charles. Do fim do mundo, dos sinais que o precederão. Osasco – SP: Domine, 2021.

Dicionário Oxford. Disponível em https://languages.oup.com/google-dictionary-pt/

 
 
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