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ARTIGO - O encontro com o Papa vivo e morto: o sorriso eterno


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Pe. José Freitas Campos

Do clero da Arquidiocese de Natal

 

Existem fatos e acontecimentos na nossa vida que marcam a nossa história. Estes devem ser interpretados à luz da fé.

Era o dia 27 de setembro de 1978. Estávamos em Roma – Itália, no Colégio Pio Brasileiro, um grupo de vinte e sete padres e três bispos, provenientes da Arquidiocese de Natal/RN e Diocese de Caicó/RN, a caminho da Terra Santa. Fazia parte do nosso itinerário de peregrinos, permanecermos três dias em Roma e seguirmos viagem à Jerusalém.


No dia 28, quarta-feira, constava na nossa programação concelebrarmos na cripta junto ao túmulo de São Pedro e depois participarmos da Audiência Geral do Papa João Paulo I, recém eleito. A Audiência Geral ocorreu, precisamente, às 10h, na Sala Pietro Nerve que, posteriormente, passou a se chamar Sala Paulo VI. Nesta audiência, o Papa tratou do tema “Progredir no Amor”. Em sua catequese, algo nos chamou a atenção quando ele falava, “O amor de Deus é também uma viagem misteriosa: eu não saio de viagem se Deus não toma a iniciativa”. Ao final da audiência, o Papa fez uma saudação, com um belo sorriso, aos padres peregrinos brasileiros que se encontravam na primeira fileira daquela sala.


No dia seguinte (29), pela manhã, quando nos preparávamos para concelebrarmos na catacumba de São Calixto, dentro do ônibus que nos levaria, a Rádio Vaticano comunicava a notícia de que o papa havia sido encontrado morto, em seu quarto. Todos ficamos impactados e profundamente entristecidos pela notícia que logo varreu o mundo. Diante do ocorrido, tivemos que adequar a nossa programação.


No dia 30, último dia de nossa permanência em Roma, enfrentando uma enorme fila, fomos nos despedir do Papa (na Basílica de São Pedro, na Sala Clementina) que mantinha o mesmo sorriso daquele encontro derradeiro. Foi uma experiência única em nossa vida que não podemos esquecer, encontrar um papa vivo e morto.

Como um meteoro, a sua voz e a sua palavra ecoaram em nossos corações. O Papa do amor sorridente e que alguns chamaram “um sorriso de Deus”, em trinta e três dias de pontificado, preparou a Igreja para o que viria depois. Em suma, nestas poucas semanas, mostrou o que significa ser Pedro na grandeza incomensurável da caridade que deve ser vivida.


João Paulo I, com Cristo está sempre conosco.

 

 

 
 
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