ARTIGO - Maria a nova Eva
- pascom9
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Diácono Paulo Gabriel Batista de Melo
Capelania Nossa Senhora do Loreto - Ordinariado Militar do Brasil – Parnamirim (RN)
A obra ‘Consagra-te! Que o Rei se encante com vossa beleza’, nos mostra uma Maria bela, a mais bela de todas as criaturas de Deus, a santa das santas, e quando a comparamos com grandes personagens bíblicos ela supera em muito todos eles, vejamos. Ló, Henoc, Isabel e Zacarias – todos e mais alguns poucos, foram julgados justos diante de Deus, mas Maria Santíssima supera em muito todos eles. Abraão foi considerado o pai da fé – porque confiou em Deus a ponto de largar tudo e seguir para uma terra distante apenas baseado em uma promessa. A Mãe de Deus, supera em muito esta fé, a ponto de ela mesma dizer “eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Vossa Palavra”.
Ester alegrou o Rei que se encantou com a sua beleza – na Trindade a Mãe do Redentor, encantou o Pai de quem é filha, o Filho do qual se tornou Mãe, e do Espírito Santo do qual ela se tornou esposa, ela conseguiu alegrar os três, e na face da Terra ninguém conseguiu esta graça.
Moisés libertou o povo da escravidão do pecado, mas o Redentor veio através de Maria, a menina pobre e humilde na aldeia de Nazaré, a ponto de algumas autoridades do templo questionarem: pode sair alguma coisa boa de Nazaré? Estas periferias da vida eram discriminadas, Deus escondeu Maria Santíssima em seu coração, e agora ela é revelada com todo poder dado por Deus para nos ajudar na caminhada da Igreja Militante.
O Antigo Testamento nos apresenta os profetas maiores e menores, os quais tinha por função alertar o povo que ele havia saído do caminho de Deus e trilhava o caminho de nações pagãs. Um destes profetas é Malaquias, denunciou os abusos dos animais ofertados ao Senhor, que quer perfeição no que fazemos, porque devemos “ser santos como Deus é santo”, as viúvas eram abandonadas, juntamente, com os órfãos, animais defeituosos e cegos eram ofertados em holocausto, o povo na verdade havia sido corrompido. Malaquias acusou os abusos praticados pela comunidade judaica que em contato com outros povos adquiria a sua prática de nação pagã, este fato, tornou-se uma prática comum, e dentre elas podemos destacar: decadência do zelo religioso e do cuidado para com as coisas santas, sacrifícios vazios sem agregar nada a Deus, o fazer mecânico e interesseiro, piedade pessoal degenerada e muitas vezes voltada para o superficial como os Fariseus, Mestres da Lei (normalmente da escola judaica de Gamaliel, o melhor de Jerusalém, São Paulo foi aluno desta escola), Zelotas e Herodianos, por vezes até os sumos sacerdotes do templo, casamentos mistos com mulheres estrangeiras que levaram reis adorar deuses estrangeiros, negligência dos dízimos e socorro as viúvas e aos órfãos.
Para Montfort “Tudo que convém a Deus pela natureza, convém a Maria pela graça”, ela herda pela graça, pois o sangue de Jesus é formado sangue de Maria sua Mãe, de mesmo DNA. Logo, se somos escravos de um o somos também do outro, “bem-aventurado Montfort, ou bem-aventurado”.
Fomos tão contaminados pelo pecado que o único jeito de nos salvar seria comprar pelo preço de sua morte a nossa redenção, e Jesus o fez e “em tudo foi obediente, até a morte, e morte de cruz”. Vejamos com diz Montfort no TVD – Art. 2, & 79, Toda a nossa herança é: orgulho e cegueira no espírito, endurecimento no coração, fraqueza e inconstância na alma, concupiscência, paixões revoltadas e doenças no corpo, Somos, naturalmente, mais orgulhosos que os pavões, mais apegados à terra que os sapos, mais feios que os bodes, mais invejosos que as serpentes, mais glutões que os porcos, mais coléricos que os tigres e mais preguiçosos que as tartarugas, mais fracos que os caniços, e mais inconstantes do que um catavento.
No & 83 Montfort nos alerta sobra a arrogância de se dirigir diretamente a Deus Todo-Poderoso, coisa que jamais faríamos a um rei aqui na terra, ou mesmo a um presidente, não chegaríamos entrando de porta a dentro, iríamos suplicar a algum amigo que servisse na corte, uma mediação, e porque seria diferente com o Rei dos Reis.
Afirma Montfort, “nunca se ouviu dizer, desde que o mundo é mundo, que alguém que tenha recorrido à santíssima Virgem, com confiança e perseverança, tenha sido desamparado ou repelido”. Por este motivo devemos rogar a sua intercessão, porque “Ela é tão poderosa que jamais foi desatendida em seus pedidos; basta-lhe apresentar-se diante de seu Filho para pedir-lhe algo, e Ele só ouve o pedido para logo conceder-lhe o que ela pede”, o Filho atende a Mãe porque ela “é sempre amorosamente vencido pelos seios, pelas entranhas e pelas preces de sua querida Mãe”.
REFERÊNCIA
Carvalho, César e Mara. Consagra-te! Que o Rei se encante com vossa beleza. Natal: Mater Dei, 2013.
MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. São Paulo: Paulus, 2010.