ARTIGO - Igreja da Sagrada Família – Rocas: uma edificação centenária
- pascom9
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Pe. José Freitas Campos
Do clero da Arquidiocese de Natal
Celebrar cem anos do início da construção da Igreja da Sagrada Família (atualmente a matriz) na rua São Sebastião, no bairro das Rocas em Natal/RN é resgatar uma história de uma comunidade e de um povo cheio de fé, esperança e pleno de amor.
Nas primeiras décadas do século XX, o que hoje se constitui o bairro das Rocas, era uma extensão da Ribeira ou Cidade Baixa, um dos bairros mais antigos de Natal, que nasceu banhado pelas águas do Rio Potengi. O seu desenvolvimento urbano foi alavancado pela construção do porto cujas obras foram iniciadas no final do século XIX.
Eclesialmente, as Rocas era assistida pelos Padres Missionários da Sagrada Família, todos eles europeus, provenientes da Alemanha, Polônia e Holanda. Estes sacerdotes assumiam a evangelização desta grande área pastoral desde a Ribeira, a partir da Igreja do Bom Jesus das Dores, até o litoral norte.
Segundo o historiador Luís da Câmara Cascudo, o nome dado ao bairro provém do Atol das Rocas (espaço ocupado pelos pesqueiros afamados). Os pescadores passaram a chamar Rocas de “a morada em terra firme”.
Coube ao Pe. Theodoro Kokke (alemão) lançar a pedra fundamental da Igreja da Sagrada Família, no local, onde antes era uma pequena capela de taipa e chão batido, frequentada pelos homens da pesca que moravam no lugar. Isto aconteceu no dia 23 de agosto de 1925.
O Livro de Tombo da paróquia registra que famílias inteiras em regime de mutirão, trabalharam no transporte de pedras da antiga praia do morcego (atualmente praia dos artistas) até o local onde estava sendo construído o espaço sagrado. A colaboração dos fiéis foi fundamental para que a Igreja fosse erguida rapidamente.
A Igreja da Sagrada Família foi inaugurada no dia 19 de setembro de 1926, com a presença do terceiro bispo diocesano de Natal, D. José Pereira Alves, que deu a benção litúrgica do templo. Ademais, em 1982, D. Nivaldo Monte transformou a Igreja da Sagrada Família em matriz, nomeando, como primeiro pároco, o Pe. José Freitas Campos.
Ao longo desses cem anos da construção do templo e dos quarenta e três anos de criação da paróquia, muitos sacerdotes colaboram para que a comunidade se tornasse, pouco a pouco, uma Igreja viva e atuante.