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Padre João Maria, o Santo de Natal


Por Pe. José Freitas Campos Pároco da Paróquia de São Sebastião - Alecrim - Natal


Confesso, que na minha infância e adolescência, não ouvi de nenhum fiel, na recôndita cidade natal, pronunciar o nome do Pe. João Maria ou alguma referência a sua santidade. Outrossim de Pe. Cícero Romão Batista ou até mesmo de Frei Damião de Bozzano o frade capuchinho que me crismou. Contudo, ao ingressar no Seminário Menor, mais precisamente, em 1961 ao visitar a Catedral Metropolitana filmei na retina dos meus olhos e do coração uma cena inesquecível: por trás da mesma, na praça Pe. João Maria avistei dezenas de pessoas que ao redor de seu busto rezavam, depositavam flores, acendiam velas e amarravam fitas coloridas em suas mãos. Tempos depois, no Seminário de São Pedro, mais precisamente na Biblioteca Côn. Monte deparei-me com um livro “Um perfil de sacerdote” de autoria do Mons. José Alves Ferreira Landim e publicado pela Imprensa Industrial do Recife-PE em 1936.

A partir daí busquei segui-lo em minha vida. Visitei o seu túmulo no Cemitério do Alecrim e acompanhei, pari-passu, o esforço do Mons. Geraldo Ribeiro de Almeida de transformar a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes(lugar onde faleceu) no acervo e relicário de suas lembranças. Seguidamente, acompanhei a proposta da Arquidiocese de Natal de iniciar o processo de sua beatificação juntamente com o Cônego Monte.


Entretanto, a minha preocupação de seguir os passos deste homem santo, ” anjo da caridade da cidade do Natal” não parou ai. Nas Paróquias  onde viveu e exerceu o seu ministério deixou marcas de santidade, a saber: de Jardim de Piranhas a Santa Luzia, passando por Nísia Floresta, antiga Papary, até chegar, finalmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, da cidade do Natal, por permuta com a transferência da colação, com o Pe. José Herminio da Silveira Borges, em 1880.


Confesso, outrossim, que ao longo dos anos jamais cansei de pesquisar tudo que tinha sido publicado na Província a respeito deste homem de Deus. Que o diga a coletânea intitulada Pe. João Maria - Subsídios para a história, organizada por Pedro Soares de Araújo Filho e publicada e 1906. Não podemos olvidar a coletânea sobre Pe. João Maria organizada e publicada por João Carlos de Vasconcelos em 1955. Outras publicações vieram saciar a fome de Deus na busca deste santo que pisou o nosso chão. Que o diga a obra Pe. João Maria  da lavra de Boanerges Soares, em 1956,  O Romance da vida e dos milagres do Pe. João Maria (em versos quase populares), de Rômulo Chaves Wanderley, publicado em 1968, bem como outros trabalhos bem interessantes tal como o livro de Mons. Eymard Monteiro e mais recentemente a obra do escritor Flávio Gameleira publicada em dois volumes.


Em suma, a literatura escrita a respeito deste homem de Deus já se tornou farta, abundante e preciosa. Basta que tenhamos a devida paciência de pesquisarmos todos os epítetos a ele atribuídos e publicados na Imprensa de todo o Nordeste, a partir de 1861.  Apraz-nos recordarmos alguns: “Santo do Seridó” , “João de Deus”, “ Anjo da Caridade”, “ Pai dos pobres e dos órfãos”, Santo Levita”, “ Santo Varão”, “ Grande Sacerdote”, “ Grande benfeitor da pobreza”, “ Extraordinário operário do bem e da caridade”, “ Sacerdote de Cristo”, “ Varão pio”, “ Virtuoso Apóstolo da caridade”, “Companheiro de Cristo”, “Apóstolo de Natal”, “ Bandeira da fé em nosso Estado” entre tantos outros.


Em 1905 antes de ser instalada a nova Igreja Particular de Natal Pe. João Maria Cavalcanti de Brito partiu para a glória do Pai. Foi suplicar junto a Jesus Cristo e a Nossa Senhora da Apresentação abundantes graças para a Diocese de Natal instalada em 1909. O seu caminho de caridade aponta a estrada que devemos seguir em direção ao Reino definitivo. Pe. João Maria semeando o amor social em todas as dimensões permanece como o mais legítimo patrono, padrinho e protetor do Clero da Arquidiocese de Natal-RN. De minha parte, a pedido do Côn. José Mário, quando postulava esta causa, colaborei com sua divulgação compondo um Hino que o povo de Deus deverá cantar: “ Salve, ó homem santo, Pe. João Maria, anjo da caridade, do amor de cada dia”. 

 

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