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Nossa Senhora da Apresentação


No próximo dia 21, segunda-feira, celebraremos o dia da padroeira da Arquidiocese de Natal (RN), Nossa Senhora da Apresentação. Este ano festejamos com mais alegria no coração e gratidão pelas graças recebidas, com ânimo renovado, com a mente consciente de que estamos juntos no caminho da fé, na esperança e na caridade.


De 11 a 21 de novembro os fiéis, diante da imagem da Virgem Maria, encontrada nas águas do Rio Potengi, em 1753, com a frase que nos consola e anima: “Aonde esta imagem chegar, nenhuma desgraça acontecerá”, participaram dos festejos em honra daquela que, esposa de São José, sempre foi fiel na escuta da Palavra e se torna, por isso, auxílio dos cristãos.


Esse é um grande título dado à Mãe de Jesus. Nunca o fato de recorrer à sua intercessão deixou os cristãos desamparados. “Escolhida entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor de vosso povo” (MISSAL ROMANO. Prefácio da Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida). O sinal da Mãe de Deus para nós, católicos de Natal, é sinal de esperança. Mas, ao mesmo tempo, de reconhecimento da necessidade de corresponder, colaborar no plano de Deus que é de vida plena, de fraternidade, de paz. A pandemia nos ensinou que não podemos encontrar o caminho justo para o desenvolvimento e o progresso da sociedade sem que o respeito pelo bem comum aconteça. Nunca nos vimos tão necessitados de percorrermos um caminho de solidariedade, de partilha, de vivência de fraternidade que traga para nossas comunidades a experiência de uma vida digna, respeitosa, amável e fortalecida na proximidade, na acolhida, na presença que se faz “sacramento”, isto é, símbolo e sinal de comunhão com Deus.


Invocamos a Senhora da Apresentação, nossa Padroeira como Auxílio dos cristãos. Também vivemos um tempo especial, querido por Papa Francisco e que se prolonga até 2024: o Sínodo dos Bispos, que será realizado em duas etapas – em 2023 e em 2024. O caminho sinodal se reveste de uma necessidade diante dos desafios em que nos encontramos a enfrentar. De fato, na sociedade em que vivemos sempre nos rodeia a tentação do individualismo, da autorreferencialidade e do clericalismo. O Papa Francisco já tinha apresentado essas tentações e outras mais, que rondam os agentes pastorais, na Exortação Apostólica Evangelii gaudium: “uma acentuação do individualismo, uma crise de identidade e um declínio do fervor”; vivem constantemente tentados a apegar-se a uma tristeza melosa, sem esperança, que se apodera do coração”; “a sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre”; “falsa autonomia que exclui Deus, mas pode também encontrar na religião uma forma de consumismo espiritual à medida do próprio individualismo doentio”; “o mundanismo espiritual, que se esconde por detrás de aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja, e com isso, buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal”; “alguns cristãos a estar em guerra com outros cristãos que se interpõem na sua busca pelo poder, prestígio, prazer ou segurança econômica” (ver números 76 a 98). Ceder à essas tentações faz muitos fiéis ferirem a natureza da fé e da participação na Igreja. Por isso, a convocação à “sinodalidade” se apresenta como um grande incentivo à conversão pastoral, a entender a dinâmica criativa do Espírito Santo em nossa vida e nas nossas comunidades, a experimentar a alegria de Deus que se comunica a nós, formando comunidade, dando-se a nós, ofertando a comunhão trinitária, fazendo-nos entrar na graça do encontro com Jesus Cristo e com os irmãos e irmãs, para sermos sinais da vida justa e plena.


Que Nossa Senhora da Apresentação, Mulher eucarística, sinal de comunhão e de vida plena, seja sinal de luz e de paz para todos nós. Amém.



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