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“Mãe da Apresentação, Mulher eucarística, sinal de comunhão e de vida plena”


Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal

Prezados leitores/as!

O Senhor, nosso bom Deus e Pai, proporciona a todos nós, discípulos e discípulas, missionários e missionárias de Jesus Cristo, viver a experiência, cheia de graça e de fervor, da 269ª Festa de Nossa Senhora da Apresentação, padroeira da Arquidiocese de Natal e da capital potiguar. Este ano o tema geral é Mãe da Apresentação, Mulher eucarística, sinal de comunhão e de vida plena, iluminado pela realização do XVIII Congresso Eucarístico Nacional, que acontecerá nos 11 a 15 de novembro, em Recife (PE), como também do sentido tão importante e necessário para a vida da Igreja que é a Sinodalidade, em vista desse tempo especial, querido por Papa Francisco, em que estamos vivendo em preparação para o Sínodo dos Bispos que será realizado em Roma, no ano que vem.


Sim, nós proclamamos a Virgem Maria como Mulher eucarística. Essa é uma característica da vida da Mãe de Jesus que nos lembra a centralidade da vida cristã, a qual se encontra na Eucaristia. Foi o Papa São João Paulo II que, em 2003, na sua última Carta Encíclica, Ecclesia de Eucharistia, sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja, afirma: Maria é mulher “eucarística” na totalidade da sua vida (n. 53). A Mãe de Jesus praticou a sua fé eucarística quando ofereceu o seu ventre virginal para a Encarnação do Verbo de Deus, viveu a dimensão sacrificial da Eucaristia e no Magnificat podemos ver a sua ação de graças e o seu louvor ao Deus que é fiel às suas promessas (cf. nn. 56-58). O santo Papa polonês ressaltou essa relação da Eucaristia com a Virgem Maria, também quando incluiu nos mistérios do Rosário a instituição da Eucaristia no conjunto dos mistérios luminosos, na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, publicado no dia 16 de outubro de 2002.


Por ser Mulher eucarística, a Virgem Maria é também sinal de comunhão. Esse é o sentido real e pleno da Eucaristia. Quando dela participamos, nós entramos em comunhão com Jesus Cristo, o Crucificado-Ressuscitado, que nos introduz na comunhão com o Pai no Espírito Santo (cf. Jo 14,23). E essa comunhão nos leva à comunhão com os irmãos e irmãs (cf. 1Jo 1,3). A comunhão com os irmãos e irmãs se dá, sobretudo, no cuidado e na atenção aos mais fragilizados, aos pobres, aos enfermos, aos pequenos, como foi a práxis de Jesus. Ela também nos ensina que na caminhada de fé à qual somos chamados, é preciso seguir como comunidade, como assembleia, como casa de muitos irmãos. A comunhão é um sinal profético, isto é, instiga a que não deixemos que o individualismo, a auto referencialidade e o egoísmo estejam presentes em nossas comunidades eclesiais. De fato, se compreendemos bem o que significa “Igreja” sabemos que ela já é uma realidade sinodal – feita de homens e mulheres, de pessoas com diferentes histórias, de jeito e modos diferentes, mas, todos unidos pelo laço da fraternidade, proveniente do selo do Espírito Santo, Espírito de Unidade, vínculo de amor do Pai e do Filho e deles em nós. A Virgem Maria viveu essa comunhão na sua própria missão (cf. Lc 1,35). E essa comunhão é fecunda, gera filhos e filhas, porque existem para a vida plena, a vida com sentido, cheia de amor e de graça, na escuta e na vivência da Palavra.


Desejo a todos uma boa e abençoada Festa. Que tudo seja bem-aventurado e o exemplo e a intercessão da Virgem Mãe, Senhora da Apresentação, fortaleça a nossa fé e nos faça homens e mulheres construtores de uma sociedade de paz, de alegria e de solidariedade.



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