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ARTIGO - A presença do Padre Ibiapina no RN

Pe. José Freitas Campos

Do clero da Arquidiocese de Natal

 

“...No Rio Grande do Norte Ibiapina também fez missão / Viu a seca, a fome e morte no alto do sertão / Construiu cemitérios e açudes pra população / Foi a voz do sem voz, dos sedentos, famintos de pão...”

 

 Padre Antônio Maria Ibiapina (1806-1883), natural de Sobral/CE, como missionário e peregrino da caridade, percorreu cinco estados do nordeste brasileiro, entre o quais, o Rio Grande do Norte/RN. Neste solo potiguar, abriu caminhos para a escuta da Palavra de Deus motivando homens e mulheres à conversão.


Os historiadores são unânimes em afirmar que ele esteve no RN várias vezes, fosse vindo da Paraíba/PB ou do Ceará/CE. Em 1860, na cidade de Santa Luzia de Mossoró, fundou uma Casa de Caridade e em 1862, instalou no Assú, uma outra casa, e foi desta vez que conseguiu a conversão do leigo Inácio, figura ímpar na instalação das Casas de Caridade espalhadas pelo nordeste brasileiro.


Em Angicos, de 19 a 26 de agosto de 1862, pregou as missões. Falava na sombra de uma latada, fazendo intercalar seu sermão com cantos coletivos, hinos e benditos. Foi lá onde ele construiu o açude, abandonado 62 anos depois, e construiu o cemitério para toda população.


No ano de 1864, fundou uma Casa de Caridade em Acari, mas esta teve vida curta. Esteve na região do Seridó, em viagem de socorro aos doentes e, passando por Parelhas, Carnaúba dos Dantas e Acari, chegou até Currais Novos. A permanência deste missionário, no Seridó, prolongou-se por alguns meses.


O missionário também passou pela cidade de Extremoz e Florânia. Esta última, chamamos a atenção, por ser considerado o fundador desta cidade. A ele coube a missão de construir e inaugurar a capela de São Sebastião, a atual matriz, de onde aos poucos foi se constituindo o povoado. 


Encerradas as missões de Florânia, em janeiro de 1867, há notícias de que o incansável missionário foi até Assú e Mossoró, em visita às Casas de Caridade locais e de lá retornou ao Brejo paraibano. A partir daí, não há mais registro da sua presença no Rio Grande do Norte.


A sua missão se deu no contexto da epidemia do cólera-morbo que assolava o estado. A assistência que o padre-mestre prestava aos coléricos secundava o heroico trabalho dos párocos da região.


Com o passar dos anos e com a sua fama de santidade, o Papa Francisco o proclamou venerável. Isto significa que o fervor do povo na busca de rastros de santidade, deixados pelo padre-mestre, nos permite vislumbrarmos a sua presença em nossos altares como tanto deseja o povo de Deus.

Padre-mestre Ibiapina, inspirai-nos.

 
 
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