top of page

Vamos juntos a Belém!


Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal

Prezados leitores/as!

O Natal se aproxima. A partir de amanhã, dia 17, 17, a Igreja está vivendo a “novena” do Natal. De fato, de 17 a 23 de dezembro a Igreja canta as antífonas do “Ó”, especialmente na oração da tarde, as Vésperas, da Liturgia das Horas, na antífona do cântico evangélico Magnificat, onde louva e bendiz a Deus pelo acontecimento da vinda do seu Filho, tornando-se Homem no seio virginal de Maria (Ó Sabedoria, que saístes do Altíssimo, Ó Adonai, guia da casa de Israel, Ó Raiz de Jessé, ó estandarte levantado em sinal para as nações, Ó Chave de Davi, Cetro da casa de Israel, Ó Sol nascente justiceiro, resplendor da Luz eterna, Ó Rei das nações, Desejado dos povos, Ó Emanuel: Deus-conosco, nosso Rei Legislador).

Somos chamados a viver essa experiência da expectativa da chegada do Prometido de Deus. Ele vem a nós. Sua vinda, sua visita nos enchem de alegria e de paz. Esta é uma dinâmica litúrgica que possibilita uma restauração do nosso ânimo, da nossa coragem e do nosso empenho em responder a tal ação divina. Esse empenho, não somente nós, homens e mulheres somos chamados a exercitar, mas também a própria natureza se encanta, se maravilha com a vinda do Salvador: Rorate, coeli, desuper et nubes pluant justum! (Céus, deixai cair o orvalho, nuvens, chovei ao justo [a libertação] cf. Is 45,8). O Senhor não vem para destruir a nossa vida. Ele vem para nos apresentar sua Vida para que tenhamos vida. O admirabile commercium! Creator generis humani, animatum corpus sumens, largitus est nobis suam Deitatem (Ó admirável intercâmbio! O Criador do gênero humano nos apresenta sua divindade ao tomar um corpo). Ele toma um corpo semelhante ao nosso, para nos revelar porque nos fez à sua imagem e semelhança, e com o objetivo de caminhar conosco, de experimentar a condição humana (cf. Fl 2,6s), para que fosse possível que experimentássemos a condição divina ou que compreendêssemos que este é o nosso fim, o sentido de nossa existência.

Ele veio a nós. Qual a nossa resposta? Qual atitude tomar diante dessa proposta amorosa? “O Menino do presépio estende as mãozinhas, e seu sorriso parece já dizer o que os lábios do Homem disseram mais tarde: ‘Vinde a mim todos os que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso’ (Mt 11,28). E são os que seguem sua voz: os pobres pastores, aos quais o resplendor do céu e a voz do anjo anunciaram a boa notícia nos campos de Belém e que confiados disseram entre si ‘transeamus usque Bethlehem’ (vamos a Belém), e em seguida se puseram a caminho; os reis, que desde o longínquo Oriente haviam seguido com a mesma fé simples a maravilhosa estrela; sobre eles se derramou o orvalho da graça das mãos do Menino e ‘se encheram de uma grande alegria’. Essas mãos dão e exigem ao mesmo tempo: Vós sábios, deponde vossa sabedoria e tornai-vos simples como as crianças; vós reis, doai vossas coroas e tesouros e inclinai-vos com humildade frente ao Rei dos Reis; sem vacilar, tomai sobre vós as dificuldades, os sofrimentos e os desconfortos que exige seu serviço... ‘Segue-me”, dizem as mãos do menino, como pronunciou mais tarde a boca do homem” (SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ – EDITH STEIN. O mistério do Natal in Teu coração deseja mais. Reflexões e orações. Vozes. Petrópolis, p.144-145).

Sigamos o Menino de Belém, o mesmo Homem que será crucificado, e que nos diz a todos: “segue-me, caminhai comigo, caminhai com os homens e mulheres de boa vontade, caminhai para que se sustentem e vivam em paz”. Caminhemos, portanto, com Ele, o Prometido de Deus, e caminhemos com os irmãos e irmãs. Vamos juntos a Belém!?

bottom of page