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Uma Igreja que caminha nas estradas da fé


Dom Jaime Vieira Rocha Administrador Apostólico da Arquidiocese de Natal

Prezados/as leitores/as!

Na última quarta-feira, dia 5, o Santo Padre Francisco, nomeou o novo Arcebispo de Natal, Dom João Santos Cardoso, até esta data Bispo da Diocese de Bom Jesus da Lapa, no Estado da Bahia. O Papa Francisco acolheu meu pedido de renúncia, apresentado em abril de 2022, quando completei 75 anos de idade. Esse é um encaminhamento normal, determinado pelo Direito Canônico que estabelece que os bispos apresentem a carta de renúncia ao governo pastoral de suas dioceses quando completam essa idade. Para mim, a palavra é de profunda gratidão. Tenho muitos motivos para minha ação de graças. Neste tempo (2012-2023), buscamos realizar o pastoreio com humildade, simplicidade e espírito sinodal.

Com o lema: Scio cui credidi (2Tm 2,12), procurei confiar na ação do Espírito Santo. Desde que cheguei em Natal, em 2012, procurei viver o ministério com gratidão por ter voltado à minha Igreja de origem. Aqui nasci, fui batizado, fui formado na vocação presbiteral e daqui sai para a primeira experiência como Bispo: a querida Diocese de Caicó. Depois, Campina Grande e de lá voltei para Natal, como 6º Arcebispo. Nestes últimos onze anos tive a graça de servir a essa Igreja que me gerou, me confirmou e me autorizou a ser pastor do rebanho do Senhor. Como me sinto feliz por isso. Sei que a missão de Bispo é grande e grave, mas se “aterroriza-me o que sou para vós, consola-me o que sou convosco. Pois para vós sou bispo; convosco, sou cristão. Aquele é nome do ofício recebido; este, da graça; aquele, do perigo; este, da salvação” (Santo Agostinho). Como sou consciente dessa verdade ensinada pelo grande bispo africano, o Doutor da Graça, Santo Agostinho. Sim, convosco caminhei em segurança. Pois, o mesmo Senhor a quem depositei minha confiança – Scio cui credidi – é Ele quem sustenta nosso ministério.

Nesses 11 anos como Arcebispo de Natal recordo as iniciativas pastorais que marcaram a vida Arquidiocesana e que o bom Deus me concedeu a graça de organizar e conduzir: a Campanha do Catecismo, durante o Ano da Fé, as Caminhadas da Solidariedade, onde mobilizamos a colaboração e generosidade de muitos fiéis para ajudar instituições de caridade presentes em nossas comunidades, as visitas pastorais nos diversos zonais da Arquidiocese, o Marco Referencial da Ação Pastoral, a criação de Áreas Pastorais e Paróquias, a Canonização dos Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, foram tantos momentos de graça vividos nesse tempo.

Quero ainda ressaltar o momento especial da vida da Igreja. Refiro-me ao Pontificado de Papa Francisco, que início o seu ministério petrino em 2013, um ano após minha chegada em Natal. Desde aquele memorável dia 13 de março de 2013, a Igreja tem vivido a experiência da bondade do Salvador em nos ter dado um Papa que chama a nossa atenção para o essencial de nossa fé e de nossa missão no mundo. De fato, Papa Francisco nos exortou a que nunca esqueçamos da alegria do evangelho, que busquemos ser desprendidos e não preocupados com o que é acessório, a que não busquemos a glória deste mundo, a que não sejamos mundanos, isto é, a que não nos acomodemos à mentalidade do mundo consumista, intimista e indiferente ao sofrimento dos mais pobres, dos indefesos, dos inocentes. Quero destacar sobretudo a liberdade de espirito presente em Papa Francisco. Para isso, ele não se desfaz da doutrina, do dogma, mas da apresentação de uma doutrina que aterroriza, que amedronta. Para ele o dogma é um serviço ao homem, é uma verdade de fé que é sempre verdade salvífica.

Quero agradecer a todos os colaboradores, desde os mais próximos, como o Vigário Geral e os Vigários Episcopais, os coordenadores de setores e comissões pastorais, os párocos e vigários paroquiais, os diáconos permanentes, os religiosos e religiosas, os leigos e leigas nos diversos organismos e conselhos que exprimem a Sinodalidade de nossa Igreja: os Conselhos Pastorais e os de Assuntos Econômicos e Administrativo. O bom Deus recompense a todos.


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