Prezados leitores/as!
Na tradição religiosa popular, no mês de junho, celebramos os santos: Antônio de Pádua (ou de Lisboa), no dia 13, João Batista, dia 24, e Pedro, Apóstolo, dia 29. Embora não tenha tradição junina, mas celebramos no mesmo dia 29, São Paulo. O costume popular de acender fogueiras nesses dias, especialmente na véspera dos dias festivos, dia 12, dia 23 e dia 28, como também as comidas de milho, canjica, pamonha, milho cozido, milho assado, faz do mês de junho um mês bastante rico culturalmente. Esses santos são chamados popularmente, de “os santos juninos”.
O Papa Francisco valoriza muito a piedade popular, chegando até a afirmar que se trata de um “lugar teológico”: “Na piedade popular, por ser fruto do Evangelho inculturado, subjaz uma força ativamente evangelizadora que não podemos subestimar: seria ignorar a obra do Espírito Santo. Ao contrário, somos chamados a encorajá-la e fortalecê-la para aprofundar o processo de inculturação, que é uma realidade nunca acabada. As expressões da piedade popular têm muito que nos ensinar e, para quem as sabe ler, são um lugar teológico a que devemos prestar atenção particularmente na hora de pensar a nova evangelização” (FRANCISCO. Exortação Apostólica Evangelii gaudium, n. 126).
O uso da fogueira remonta a uma tradição segundo a qual, para avisar a Nossa Senhora do nascimento de seu João Batista, Santa Isabel teria acendido uma fogueira e, assim, a Mãe do Salvador tomaria conhecimento do nascimento do Precursor do Messias, João Batista. Embora essa tradição esteja mais próxima da lenda, contudo, é significativo esse sinal, quando pensamos que naquele tempo não existiam nem redes sociais, nem a tecnologia do jornalismo que temos hoje. Mas, lendas à parte, esses três santos católicos, lembram a todos nós que o caminho da santidade envolve a vida e a cultura dos povos. Ao celebrar a vida deles tomamos consciência de que “trazemos” a sua história para junto de nós. De fato, quando a Igreja venera ou nos apresenta esses personagens da história, que se destacaram por uma vida exemplar, de seguimento a Jesus Cristo e de vivência da fé, lembra que esse é o caminho para todos os batizados e batizadas. E ainda, o caminho da santidade é um caminho de alegria, de vivência do bom humor.
Nos próximos dias deste mês celebraremos São João Batista, neste sábado e São Pedro, dia 29. Eles são apresentados no Novo Testamento, gozam de uma veneração toda particular. O primeiro, considerado o último dos profetas, elo entre o antigo e o novo, dele a Liturgia da Igreja afirma: “Ainda no seio materno, ele exultou com a chegada do Salvador da humanidade e seu nascimento trouxe grande alegria” (MISSAL ROMANO. Prefácio da Natividade de São João Batista). De São Pedro, o primeiro dos apóstolos, celebrado juntamente com São Paulo, no dia 29 de junho, a Igreja reconhece o martírio que, segundo a tradição teria sido crucificado de cabeça para baixo. Assim declara a Igreja: “[Pedro], o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel” (MISSAL ROMANO. Prefácio de São Pedro e São Paulo, Apóstolos). Embora não seja tão popular como “santo junino”, a Igreja celebra também, no dia 29 de junho, São Paulo. E de São Paulo a Igreja tem uma consideração grande devido à sua importância para a missão como difusão do caminho da fé, vivido pelos Doze e pelos demais discípulas e discípulas, com suas viagens missionária e com o seu grande ensinamento, exposto em suas cartas, textos que figuram como Sagradas Escrituras para os cristãos e cristãs.
Celebremos esses santos neste mês tão cheio de encontros, de alegria, de festas. E procuremos viver essa santidade tão próxima de nós, com mais esperança e confiança. Que eles intercedam pelo nosso povo, um povo de fé, de coragem e de muita alegria.