Dom Jaime Vieira Rocha Administrador apostólico da Arquidiocese de Natal
Prezados(as) leitores(as),
Na próxima semana, no dia 4 de outubro, terá início a primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. A Assembleia ocorrerá até o dia 29 de outubro, no Vaticano.
O Sínodo dos Bispos é uma instituição permanente decidida pelo Papa Paulo VI no dia 15 de setembro de 1965 em resposta ao desejo dos Padres do Concílio Vaticano II para manter vivo o autêntico espírito formado pela experiência conciliar. Já na fase preparatória do Concilio Vaticano II foi amadurecendo a ideia de um organismo episcopal que assistisse, de qualquer modo para ser determinado, o Papa no governo da Igreja Universal. Dom Sílvio Oddi, Internúncio Apostólico na República Árabe Unida (Egito), no dia 5 de novembro de 1959 propunha, a propósito do governo central da Igreja, “um órgão consultivo. Assim afirmava: “De muitas partes se lamenta que a Igreja não tenha, além das Congregações, um órgão consultivo permanente. Uma espécie de ‘concílio reduzido’ que compreenda expoentes de toda a Igreja, que se reúna periodicamente, também uma só vez ao ano, para discutir os maiores problemas e para sugerir eventuais novos caminhos na política da Igreja”.
A palavra Sínodo vem do grego “syn-hodos” significa reunião, congresso, mas originariamente quer dizer “caminhar juntos”, e conforme afirmou João Paulo II é “uma expressão particularmente frutuosa e o instrumento da colegialidade episcopal”. Desde 1967 foram realizadas 15 Assembleias Gerais Ordinárias, 3 Assembleias Gerais Extraordinárias e várias Assembleias Especiais para diversos continentes, a última aconteceu em 2019 para a Região Pan-Amazônica.
Vários temas foram tratados nas Assembleias gerais: Muitos foram os temas tratados nas diversas Assembleias Gerais: a preservação e o reforço da fé católica, o sacerdócio ministerial e a justiça no mundo, a evangelização no mundo contemporâneo, a catequese no nosso tempo, a família cristã, a penitência e a reconciliação, a vocação e a missão dos leigos, a formação dos sacerdotes nas circunstâncias atuais, a vida consagrada, o bispo servidor do Evangelho de Jesus Cristo para a esperança do mundo, a Eucaristia fonte e cume da vida e da missão da Igreja, a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, a nova evangelização para a transmissão da Fé Cristã, a família, a juventude. As Assembleias extraordinárias trataram dos seguintes temas: a cooperação entre a Santa Sé e as Conferências Episcopais (1969), o vigésimo aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II (1985), os desafios pastorais da família no contexto da evangelização (2014). A partir da Terceira Assembleia Geral Ordinária, de 1974, os Papas sempre publicam uma Exortação apostólica onde assumem e desenvolvem as recomendações e proposições dos trabalhos sinodais.
A XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos terá a sua primeira sessão de 4 a 29 de outubro, no Vaticano, e a segunda sessão acontecerá em 2024. O tema desta XVI Assembleia Geral será “Sinodalidade” e o lema é: “Por uma Igreja sinodal. Comunhão, participação e missão”. Sinodalidade é o modo de ser da Igreja. A primeira sessão do Sínodo dos Bispos refletirá sobre o processo sinodal, nas suas etapas e buscará “abrir horizontes de esperança para o cumprimento da missão da Igreja”, conforme se expressou a Secretaria Geral do Sínodo no documento final da etapa continental, n. 6.